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sexta-feira, 27 de abril de 2007

 

Até um dia Camarada!



Tu deste-nos a força da vida.
Juntos continuamos a entoar as mesmas canções.
Junta a tua à nossa voz, neste dia
E a chama continuará acesa em nossos corações.





Feliz Aniversário Pai
Onde quer que estejas!
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sexta-feira, abril 27, 2007 

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quarta-feira, 25 de abril de 2007

 

25 de Abril...Sempre!!!

A policia política (PIDE) e os métodos de obter informações (tortura) a todos aqueles que se opunham ao regime foram expoentes da governação Salazarista. A política levada a cabo pelo pequeno “Grande Ditador” português, mergulhou o nosso país numa longa noite de quatro décadas. Objecto de contestação dos mais variados sectores, caiu pela acção do MFA, na madrugada de 25 de Abril de 1974.

No Rádio Clube Português, às 22h55m do dia 24, faz-se ouvir a canção «E Depois do Adeus»interpretada por Paulo de Carvalho, dando assim início às operações militares.


Na Rádio Renascença à meia-noite e vinte minutos, ecoa a voz de Zeca Afonso com a sua mítica «Grândola Vila Morena»Corresponde ao segundo sinal de avanço.


Às 04h26m, o locutor Joaquim Furtado fazia a leitura do 1º comunicado do MFAaos microfones do Rádio Clube Português.







Em memória do soldado Salgueiro Maia,

Zeca Afonso e    Adriano Correia de Oliveira



A Revolução de 25 de Abril trouxe a Liberdade e encheu as paredes e muros deste país cinzentão de pinturas garridas.

Escritas nas bandeiras e panos, as “palavras de ordem” eram gritadas pelas multidões que participavam nas sucessivas manifestações e comícios, enchendo as ruas de animação e colorido.
«O Povo está com o MFA», «Viva a Liberdade», «Abaixo a reacção», «Fim à Guerra Colonial», «o Povo Unido Jamais Será Vencido», estas são algumas das mais conhecidas.




                                                                   






"Foi bonita a festa, pá
Fiquei contente
Ainda guardo renitente um velho cravo para mim
Já murcharam tua festa, pá
Mas certamente
Esqueceram uma semente nalgum canto do jardim"


- Chico Buarque -



25 de Abril...Ontem...Hoje e Sempre!!!


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quarta-feira, abril 25, 2007 

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terça-feira, 24 de abril de 2007

 

Aqui, para governar, um safanão a tempo é quanto basta

Publico aqui um extracto de uma biografia de António de Oliveira Salazar (1889-1970). O pensamento de Salazar é colocado na primeira pessoa pela ficção de Fernando Correia da Silva.

«....Os grandes homens, os predestinados, os grandes chefes, não se embaraçam com preconceitos, com fórmulas, com preocupações de moral política. A violência pode ter vantagens mas não na nossa raça nem nos nossos hábitos. Em Portugal não há homens sistematicamente violentos. Aqui, há que governar tendo sempre em conta esse sentimentalismo doentio a que chamamos bondade. Para defender a Pátria, aqui não é preciso usar da violência. Um safanão a tempo é quanto basta.

Nas revistas e nos jornais e nas emissoras radiofónicas e nos teatros e nos cinemas, o lápis azul e a tesoura da Censura prévia cortam os textos e as imagens fora de prumo, há regras a cumprir, safanão a tempo. Nas livrarias, a polícia apreende os livros subversivos, há regras a cumprir, safanão a tempo.
Se abandonados à liberdade, os homens logo se convertem em libertinos. Reforço a proibição das greves e em 1933 fundo a PIDE - Polícia de Vigilância e Defesa do Estado. Agentes italianos e depois uns alemães, com as suas técnicas, virão ajudar-nos a torná-la mais eficaz. Rapidamente a PIDE estende uma rede de informadores de norte a sul da Nação, nas cidades, nas vilas e até em aldeias. É fácil, muita gente ambiciona ganhar mais uns tostões.

A função primeira da PIDE é prevenir as tentações de libertinagem, é intimidar não só os ímpios e os incautos à beira da impiedade, mas também os respectivos pais, e cônjuge, e filhos, e irmãos, e colegas, e amigos, todos os que estejam em perigo de contágio. Subversão é peste, há que meter a Nação em quarentena. E meto, mas alguns escapam, danados que tentam danar os outros, cães raivosos.
Reorganizo as forças militarizadas, a GNR - Guarda Nacional Republicana, a PSP - Polícia de Segurança Pública, e a Guarda Fiscal. E chamo ao meu gabinete, primeiro o Agostinho Lourenço, director da PIDE; mais tarde o Silva Pais, director da PIDE. Alerto:
- Mais vale um safanão a tempo do que deixar o Diabo à solta no meio do povo.

Contam-me como fazem. Localizam onde pousa um dos suspeitos. A meio da noite arrombam a porta, dão-lhe voz de prisão e uns sopapos, arrastam-no para a sede, interrogatório, safanão primeiro. Se o subversivo conta o que sabe, é porque já está a caminho da salvação. Se não fala, safanão segundo, espancamento. Se calado continua, safanão terceiro, é a penitência da estátua, dias e noites obrigado a ficar sempre de pé, até que as suas pernas se transformem em dois trambolhos. Variante do terceiro safanão é a penitência do sono, dias e noites sem dormir; quando cabeceia, logo acendem um holofote contra os seus olhos. Um dos possessos, ao fim de quinze dias e quinze noites sem dormir, começou a beijar a parede, alucinações, pensava que estava na cama com a mulher. Depois entrou em coma. Normalmente, depois do terceiro safanão, os inconfessos entram em coma. Ninguém os mata, eles é que se deixam morrer porque se negam à salvação.

Alguns sobrevivem ao terceiro safanão, mas nada mais podemos fazer por eles, almas penadas já são em vida. Com ou sem julgamento são despejados em masmorras. Em 1936 inauguro as colónias penais do Tarrafal e de Peniche. É no Tarrafal que vai morrer Bento Gonçalves, secretário do Partido Comunista. Outros seguem-lhe o exemplo; no Tarrafal e em Peniche, no Aljube e em Caxias.

Não, não é preciso usar da violência, somos um povo de brandos costumes. Aqui, para governar, um safanão a tempo é quanto basta....»

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terça-feira, abril 24, 2007 

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segunda-feira, 23 de abril de 2007

 

Cantiga para os que partem...




Em memória de um soldado
:: * António Bernardino, 1970 * ::



Hoje, dia 23 de Abril, data da criação oficial do tenebroso Campo de Concentração do Tarrafal (Campo da Morte Lenta), em 1936, lembrei-me das palavras de João Faria Borda, em 1978.


«Falar do Tarrafal ou de outras prisões fascistas não deve ser uma simples evocação daquilo que por lá passámos. Ao falar do Tarrafal e das outras prisões importa, em primeiro lugar, saber que elas existiram porque existiu o fascismo. Elas são uma consequência directa do regime de terror que durante 48 anos massacrou o nosso povo e colocou o nosso país na cauda das nações civilizadas.»
«Eu e todos os ex-presos do Tarrafal sentimos profunda indignação quando deparamos com a data gloriosa do 25 de Abril a sofrer os maiores insultos.»

Estas palavras são de João Faria Borda (já falecido), um homem que passou dezasseis anos e três meses no Campo de Concentração do Tarrafal.



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segunda-feira, abril 23, 2007 

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sexta-feira, 13 de abril de 2007

 

Manuel Alegre e Carlos Paredes


   


Fiquem com um poema lido por Manuel Alegre e acompanhado por Carlos Paredes em improviso à guitarra portuguesa e à guitarra portuguesa barítono-baixo · Gravação realizada nos Estúdios Valentim de Carvalho, Paço d’Arcos, a 19 de Julho de 1974






Um bom fim de semana para todos!


:: * As Mãos * :: * Manuel Alegre e Carlos Paredes * ::

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sexta-feira, abril 13, 2007 

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quarta-feira, 4 de abril de 2007

 

Homenagem A Ary dos santos

Oriundo de uma familia da alta burguesia, José Carlos Ary dos Santos,
conhecido no meio social e literário por Ary dos Santos, nasceu em Lisboa a 7 de Dezembro de 1937.

Aos quatorze anos, a sua familia publica-lhe alguns poemas, considerados maus pelo poeta. No entanto, Ary dos Santos revelaria verdadeiramente as suas qualidades poéticas em 1954, com dezasseis anos de idade. É nessa altura que vê os seus poemas serem seleccionados para a Antologia do Prémio Almeida Garrett.

Foi nessa altura que Ary dos Santos abandonou a casa da família, exercendo as mais variadas actividades para seu sustento económico, actividades essas que passariam pela venda de máquinas para pastilhas até à publicidade. Contudo, paralelamente, o poeta não cessa jamais de escrever e em 1963 dar-se -ia a sua estreia efectiva com a publicação do livro de poemas " A Liturgia do Sangue".

Ary dos Santos morreu a 18 de Janeiro de 1984.

Com ele, os festivais RTP da canção atingiram alguma dignidade. Poeta empenhado nas lutas sociais do seu tempo, foi autor (com Nuno Nazareth Fernandes, Fernando Tordo, Paulo de Carvalho, José Luís Tinoco e outros) de algumas belas canções. "Menina", por Tonicha, "Desfolhada", por Simone de Oliveira e sobretudo a "Tourada", com Fernando Tordo, foram algumas das suas canções de maior sucesso nos festivais anteriores ao 25 de Abril. Com algum escândalo à mistura: primeiro, no ano da "Desfolhada", onde Ary teve a "ousadia" de escrever um verso que fez corar as mentes puritanas da época ("quem faz um filho fá-lo por gosto"); depois com "Tourada", que esteve mesmo para ser impedida de representar Portugal no Eurofestival.
Após a Revolução, Ary continuou a escrever canções: "Portugal Ressuscitado", escrita em cima dos acontecimentos, foi a primeira canção sobre o 25 de Abril, e muitas se lhe seguiram, algumas de cunho militante e circunstancial (como o "Fado de Alcoentre"), outras capazes de resistir à passagem do tempo, como "Estrela da tarde" ou os "Putos", ambas cantadas por Carlos do Carmo.

Ary dos Santos foi um dos mais talentosos poetas da sua geração, conhecido pela sua linguagem irreverente e ágil e que contribuiu de grosso modo para a viragem de música popular portuguesa. Como ele próprio dizia, a poesia era a maneira que ele tinha de falar com o povo porque ser poeta é escolher as palavras que o povo merece.


«…Serei tudo o que disserem
por temor ou negação:
Demagogo mau profeta
Falso médico ladrão
Prostituta proxeneta
Espoleta televisão.
Serei tudo o que disserem:
Poeta castrado não!»



Temos a obrigação de o manter vivo. Corremos sério risco de extinção (cívica e cultural) se não nos exercitarmos com a sua voz, com as vozes de todos os mortos e de todos os vivos que justificam a espécie humana. E o compromisso com a Vida implica tomar partido pela fraternidade e pela emancipação, pelas multidões de punho firme e esclarecido. E neste tempo de retrocesso de conquistas democráticas nacionais e de rompimento de equilíbrios internacionais - ler, cantar e declamar Ary impõe-se como uma dívida para com um valoroso soldado da Língua Portuguesa.


Se quiserem ouvir mais poemas do Ary, é só clicar...








Ary dos Santos - Página Especial

Este tema já tinha sido colocado aqui em 2006.01.18


:: * Fado de Alcoentre * :: * Ary dos Santos e Fernando Tordo * ::


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quarta-feira, abril 04, 2007 

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