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segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

 

Livros... nem vê-los!


Quanto mais orientamos as leituras das crianças, jovens e adultos, mais nos arriscamos a vê-los fugirem a sete pés em outras direcções.

Ler é como namorar...
Alguém, porventura, se interessa pelo rapaz ou rapariga permanentemente louvado pelos pais?
Não é muito mais excitante, criativo e libertador, encontrar alguém de que se gosta por nossa conta e risco, seguindo o nosso próprio critério?

Gosto de quem gosto... não sei porque desse modo e com tanta entrega eu gosto...e sempre vou dizendo, se me permitem e para constar, que ninguém tem nada com isso, agradecendo, então, que se tranquem a sete chaves os palpites, as opiniões e conselhos.

Ao longo da minha vida debrucei-me sobre obras e escritores que na verdade não me transportaram a qualquer sétimo céu da emoção, embora me possam ter proporcionado momentos de algum prazer.

No entanto houve escritores que a minha memória guarda e o meu coração afaga.



Quem não se lembra d'A Morgadinha dos Canaviais?

Júlio Dinis é, a meu ver, um dos maiores injustiçados e esquecidos da literatura portuguesa.
Júlio Dinis é um romancista de extraordinária vivacidade, tem o dom de criar personagens absolutamente concretas e muitas vezes bastante convicentes. Domina com mestria aquela arte a que chamamos de "fazer render assunto" - garantia da qualidade de um narrador.
Um bom contador de histórias sabe pegar num pequeno incidente, uma cena singelíssima e tecer à volta dela uma série de volteios de tal modo interessantes que nós, leitores, ficamos presos como por magia.
Um bom romancista é, na sua essência mais profunda, nada mais nada menos do que um bom conversador; ele segura-nos a atenção, sem dúvida, no assunto de que se ocupa - a história que conta - mas ele nos segura a atenção sobretudo no jeito, no modo, de contar.

Júlio Dinis é um dos meus contadores de histórias preferidos.

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segunda-feira, janeiro 19, 2009