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quarta-feira, 21 de maio de 2008

 

A minha pedra


Havia um local especial. À distância parecia uma grande rocha coberta de musgo mas, quando nos aproximávamos, víamos que era feita de muitas pedras pequenas. De um canto saía uma grossa barra de ferro enferrujado. Era de uma época antiga, quando o mar cobria a maior parte da terra.
Em tempos foi útil para os pescadores prenderem os barcos mas pareceu-me estranha e deslocada quando a descobri num canto abandonado do pinhal.
Adorava pôr-me de pé no cimo, abrir os braços e oferecer o rosto à brisa suave que vinha do mar, fechar os olhos e imaginar todo aquele mar imenso à minha volta, com a sua superfície vidrada, viva e em movimento, a transformar a luz do sol num líquido dourado que deslizava para a costa.
Acordava habitualmente cedo. Um rio de neblina costumava flutuar por entre os pinheiros, erguendo-se sobre as ervas altas e cobrindo-me as pernas. Quando chegava à "minha pedra", o sol parecia insinuar-se na neblina, conferindo-lhe uma luz rosada. A superfície da pedra era uma ilha a descansar sobre um mar cintilante. Deitava-me sobre a pedra e deixava que o sol cobrisse o meu corpo, fazendo-me sentir imponderável, como se fosse feita de neblina e de luz.

De vez em quando ainda regresso à "minha pedra"... em pensamento.

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quarta-feira, maio 21, 2008 

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quinta-feira, 15 de maio de 2008

 

Uma sociedade apática



Não será por acaso que a juventude tem sido sempre o espelho das sociedades. Hoje, os jovens são apáticos, amorfos, ignorantes, inconscientes, violentos? Não admira. É amorfa e apática a nossa sociedade; é ignorante a comunidade em que vivemos; são inconscientes as acções que se tomam (falta-nos o bom senso) e é violenta a sociedade de imagem em que vegetamos.

Repercutindo todas estas causas, o caso "Carolina Michalis" é deplorável, mas não espanta ninguém. Mas é deplorável porque é deplorável o estado mental que Portugal atingiu nas últimas décadas.

Apesar da educação, os portugueses têm falhado no seu processo histórico. Ignoram os pais o respeito que o professor merece, não só porque é o professor quem pode, verdadeiramente, potenciar as faculdades mentais dos alunos, mas quanto mais não seja porque é ao professor que os pais recorrem quando mais nada parece resultar quando os seus filhos se perdem.

A crise na nossa educação é o reflexo ainda da inoperância ministerial, da insensatez com que ministros e secretários de estado projectam os estudos num país pouco sabedor, fazendo de gerações e gerações de estudantes cobaias das mais fabulosas experiências pedagógicas.

Os sucessivos governos entendem que são os sociólogos da educação e as ciências desse ramo os detentores duma fórmula mágica, muitas vezes completamente desfazada da realidade educativa, com profissionais fechados nos seus gabinetes de especialistas, sem jamais terem pisado uma escola ou conversado, sem complexos, com os nossos adolescentes.

:: * Fausto * Pro que der e vier* ::

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quinta-feira, maio 15, 2008 

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sexta-feira, 9 de maio de 2008

 

Evidências



Azulejo com um século, na Escola Primária de Verdemilho, Aveiro



Muito se tem falado sobre a violência e a indisciplina nas escolas portuguesas.

É um tema que está como todos sabemos na ordem do dia e que tem merecido (por quanto tempo?) a atenção dos media e até das mais altas figuras do Estado.

As nossas escolas estão transformadas em locais onde os alunos aprendem sobre armas de fogo ( ou qualquer tipo de armas) e sobre a vivência em grupos marginais - entregues a uma socialização de gang - fazendo letra morta tudo o que seja aprendizagem que vizem um crescimento da personalidade saudável e equilibrado.

As causas são inúmeras e complexas, mas é possível determinar, recorrendo ao mais básico do senso comum, algumas razões para que a Escola seja actualmente um conceito vazio para a maioria dos nossos adolescentes e crianças. É claro que poderemos sempre advogar as boas práticas, os bons exemplos, os casos de sucesso de algumas instituições que, por esse país fora, realizam um trabalho meritório. E não serão poucas as escolas que, em contextos da mais profunda degradação social, têm substituído os pais, aqueles que, em primeira instância, são os responsáveis pela educação dos jovens.

Esta evidência - até pelo facto de ser uma evidência - não deveria, contudo, corresponder à mais absurda das realidades, a saber que no nosso país se formalizou a ideia de que é a escola em geral, e os professores em particular, que deve educar e formar as gerações.

No fundo... acabamos por ser uma sociedade amorfa e apática, em que predomina a ignorância e a violência. E estes são exemplos que os jovens fazem questão em seguir.

Muito ainda há para falar sobre este assunto. Mas isso fica para outro dia.

:: * 9th synfony * Bethoven * ::


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sexta-feira, maio 09, 2008 

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